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Ao Ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha

Cc: Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Ministro Márcio Costa Macêdo; Ministro da Casa Civil, Rui Costa; Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira; Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida; Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; e Ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Marques de Carvalho.

 

Exmo. Ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha,

As organizações da sociedade civil brasileiras e internacionais abaixo assinadas solicitam que o governo empreenda todos os esforços necessários junto ao Congresso Nacional para a aprovação do Acordo Regional sobre Acesso à Informação, Participação Pública e Acesso à Justiça em Assuntos Ambientais na América Latina e no Caribe—também conhecido como Acordo de Escazú. O envolvimento ativo do Poder Executivo é fundamental para a célere aprovação do acordo pelos legisladores e posterior ratificação pela Presidência da República.

O Acordo de Escazú visa garantir a implementação plena e efetiva dos direitos de acesso à informação, de participação pública e de acesso à justiça em assuntos ambientais na América Latina e no Caribe. É também o primeiro acordo vinculante com disposições específicas sobre os compromissos dos Estados de garantir condições seguras às pessoas, grupos e organizações que promovem e defendem os direitos humanos em questões ambientais, inclusive assegurando a investigação e responsabilização em casos de ataques, ameaças ou intimidações contra defensoras e defensores.

Em março de 2023, 145 organizações da sociedade civil, brasileiras e internacionais, pediram ao governo para impulsionar a aprovação do acordo. Celebramos a importante decisão do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva de enviar o tratado ao Congresso dois meses depois.

Salientamos que, em sua exitosa candidatura ao Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU para o mandato 2024-2026, o governo brasileiro assumiu o compromisso voluntário de “acelerar os procedimentos internos com vistas a ratificar o Acordo”. Promover a ratificação atenderia ainda a uma das recomendações ao Brasil no âmbito do 4º ciclo da Revisão Periódica Universal no âmbito do CDH.

No entanto, a importante Mensagem de Acordo (MSC 209/2023) encontra-se há dez meses na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) na Câmara dos Deputados, aguardando a votação do parecer favorável do relator para prosseguir com sua tramitação no Congresso. Para o processo avançar, é crucial que o Executivo dê respaldo firme à aprovação do acordo e lidere a articulação com deputados e senadores, indicando tratar-se de pauta prioritária como política de Estado da República Federativa do Brasil.

É notório e importante que o Presidente Lula tenha adotado como prioridades do seu governo a proteção ambiental e o enfrentamento à crise climática, como desafios inseparáveis para a superação da pobreza e para a sustentabilidade do desenvolvimento. O Acordo de Escazú é um mecanismo relevante para concretizar esses compromissos com a sociedade brasileira. Oferece também uma oportunidade para o governo exercer um papel de liderança, regional e global, na proteção do meio ambiente e seus defensores e defensoras, e garantir que todas as pessoas tenham acesso a informações adequadas e relevantes em questões ambientais para a realização e proteção de seus direitos humanos.

Considerando ainda o tamanho e influência do Brasil, o contexto de sua liderança no âmbito  de diálogos do G-20, do BRICs, da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica e de outros agrupamentos de países, bem como o papel-chave das florestas do país na mitigação das mudanças climáticas e a relevância do trabalho dos defensores ambientais em sua proteção, ratificar o acordo enviará uma mensagem contundente à comunidade internacional de que o governo está envidando os esforços necessários para responder à tripla crise planetária (crise climática, da perda da biodiversidade e da poluição) e poderia influenciar positivamente à agenda de transição para uma economia ambiental e socialmente sustentável e justa. A ratificação do Acordo de Escazú deveria ser prioridade do governo rumo à COP30, em Belém (Pará), em 2025.

Para liderar pelo exemplo, esperamos que o governo brasileiro demonstre diligência no processo de ratificação e cumprimento do Acordo de Escazú no Brasil e promova também sua implementação em toda a América Latina e Caribe, inclusive enviando representantes de primeiro escalão à terceira Conferência das Partes (COP3) em abril de 2024, em Santiago (Chile), ainda que como Estado observador.

Aguardamos atentamente a sua resposta.

Atenciosamente,

  1. 350.org Brasil  
  1. ACPO – Associação de Combate aos Poluentes 
  1. ActionAid 
  1. Aliança Resíduo Zero Brasil 
  1. Amigos da Terra – Amazônia Brasileira 
  1. Anistia Internacional Brasil 
  1. ANMIGA – Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade 
  1. APOINME – Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo 
  1. Articulação Comboniana de Direitos Humanos 
  1. Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB 
  1. Artigo 19 Brasil e América do Sul 
  1. ASGASC – Associação dos Gestores Ambientais de Santa Catarina 
  1. ASSA – Assistência Social Sto Antonio 
  1. ASSEMA – Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão 
  1. Associação Alternativa Terrazul 
  1. Associação da Estação Maracanã 
  1. Associação de Remanescentes de Quilombo de Vila Velha do Cassiporé  
  1. Associação de Saúde Socioambiental 
  1. Associação dos Especialistas em Políticas Públicas do Estado de São Paulo 
  1. Associação dos Retireiros do Araguaia de Luciara MT  
  1. Associação Fiquem Sabendo 
  1. Associação Guaçuiense de Proteção Ambiental 
  1. Associação Interamericana para a Defesa do Ambiente 
  1. Associação Justiça nos Trilhos  
  1. Associação para a Gestão Socioambiental do Triângulo Mineiro 
  1. Associação Salve Atibaia 
  1. AVINC – A Vida no Cerrado  
  1. Campanha Nacional pelo Direito à Educação 
  1. CBDDH – Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos 
  1. CBJP – Comissão Brasileira Justiça e Paz 
  1. CEJIL – Centro pela Justiça e o Direito Internacional 
  1. Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas  
  1. Centro de Direitos Humanos Dom Máximo Biennès 
  1. Centro de Formação e Cultura Casa Nação Zumbi 
  1. CEPAT – Centro de Promoção de Agentes de Transformação 
  1. CEPEDIS – Centro de Pesquisa e Extensão em Direito Socioambiental 
  1. Clínica de Direitos Humanos e Direito Ambiental da Universidade do Estado do Amazonas 
  1. Clínica de Diretos Humanos do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa  
  1. Coalizão O Clima é de Mudança  
  1. Comissão Pastoral da Terra – CPT 
  1. Comitê Chico Mendes 
  1. Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino 
  1. Correnteza 
  1. CPI-SP – Comissão Pró-Índio de São Paulo 
  1. CPP – Conselho Pastoral dos Pescadores 
  1. Criola 
  1. Data Privacy Brasil 
  1. Defensores do Planeta  
  1. Direito Animal Brasil 
  1. Engajamundo 
  1. ENJUVES 
  1. FALA – estúdio de impacto  
  1. FASE – Solidariedade e Educação 
  1. FBOMS - Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Desenvolvimento e o Meio Ambiente 
  1. Fiquem Sabendo 
  1. Forest Trends 
  1. Forests & Finance 
  1. Fórum Acidentes de Trabalho 
  1. Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas 
  1. Fundação Grupo Esquel Brasil 
  1. Fundação Pro SOS Mata Atlântica  
  1. GEEMA – Grupo de Estudos em Educação e Meio Ambiente do Rio de Janeiro  
  1. GEIFRON – Grupo de estudos sobre Fronteiras 
  1. GENI 
  1. Gesta - Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais 
  1. Gestos 
  1. Girl Up Brasil 
  1. Global Witness 
  1. Greenpeace Brasil 
  1. Greve pelo Clima – Fridays for Future Brasil 
  1. Grupo Tortura Nunca Mais - Bahia  
  1. GT Infraestrutura e Justiça Socioambiental 
  1. Guardiões do Bem viver  
  1. Human Rights Watch 
  1. Instituto Akatu 
  1. Instituto Ar 
  1. Instituto Baleia Jubarte 
  1. Instituto Brasileiro de Conservação da Natureza – IBRACON 
  1. Instituto Centro de Vida – ICV 
  1. Instituto Cerrado do Brasil  
  1. Instituto COJOVEM  
  1. Instituto Cordilheira  
  1. Instituto de Defesa de Consumidores – Idec 
  1. Instituto de Estudos de Direito e Cidadania – IEDC 
  1. Instituto de Meio Ambiente do Município de Itapipoca  
  1. Instituto de Pesquisa e Educação de Desenvolvimento Sustentável Samaúma 
  1. Instituto Democracia e Sustentabilidade – IDS 
  1. Instituto Diadorim para o Desenvolvimento Regional e Socioambiental 
  1. Instituto Internacional Arayara 
  1. Instituto Madeira Vivo 
  1. Instituto MIRA-SERRA  
  1. Instituto Nossa Ilhéus 
  1. Instituto Nupef 
  1. Instituto Pólis  
  1. Instituto Pro Bono 
  1. Instituto Santa Dica 
  1. Instituto Socioambiental – ISA 
  1. Instituto SustentAção 
  1. Instituto Ternura  
  1. Instituto Terramar  
  1. Instituto Tijuípe 
  1. Instituto Zé Claudio e Maria  
  1. Internacional Rivers Brasil  
  1. Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social 
  1. IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas 
  1. Jovens pelo Clima  
  1. Justiça Global 
  1. Juventude em Rede 
  1. Kurytiba Metropole 
  1. Laboratório de Políticas Públicas e Internet - LAPIN 
  1. Maré Cheia 
  1. Mater Natura - Instituto de Estudos Ambientais 
  1. Médicos pelo Ar Limpo 
  1. Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH Brasil  
  1. Movimento/Instituto Nós na Criação 
  1. Nordeste pelo Clima 
  1. Núcleo Semente. Saúde Mental e Direitos Humanos Relacionados ao Trabalho  
  1. Observa-MT – Observatório Socioambiental de Mato Grosso 
  1. Observatório da Governança das Águas  
  1. Observatório de Protocolos Comunitários de Consulta e Consentimento Prévio, Livre e Informado 
  1. Observatório do Clima 
  1. Observatório do Código Florestal – OCF 
  1. Observatório para a Qualidade da Lei – UFMG 
  1. Ocareté  
  1. OLMA – Observatório de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida 
  1. ONG Salve Atibaia  
  1. Open Knowledge Brasil 
  1. Operação Amazônia Nativa – OPAN 
  1. Ouvidoria Geral da Defensoria Pública do Estado do Acre 
  1. Oxfam Brasil 
  1. Pastoral da Mulher Marginalizada  
  1. Perifalab  
  1. Plataforma CIPÓ  
  1. Projeto Hospitais Saudáveis 
  1. Projeto Saúde e Alegria 
  1. Red de Juventudes por Escazú  
  1. Rede Brasileira de Conselhos – RBdC  
  1. Rede Cristã de Advocacia Popular – RECAP 
  1. Rede de Mulheres Ambientalistas da América Latina – Elo Brasil 
  1. REDE Sustentabilidade 
  1. Redes do Beberibe 
  1. Renovar Nosso Mundo Brasil 
  1. Resama – Rede Sul-Americana para as Migrações Ambientais 
  1. Ruptura 
  1. SIS – Associação Soluções Inclusivas Sustentáveis 
  1. Sociedade Civil Mamirauá 
  1. Teko Socioambiental 
  1. Tendência Náutico Urgente.eco 
  1. Terra de Direitos  
  1. Territórios Globais – TG Soluções para o Desenvolvimento Sustentável 
  1. Toxisphera Associação de Saúde Ambiental  
  1. Transparência Brasil  
  1. Transparência Internacional – Brasil 
  1. UBM – São Gonçalo RJ 
  1. Viração Educomunicação 
  1. Washington Brazil Office 
  1. World Animal Protection Brazil/Proteção Animal Mundial 

 

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