Skip to main content

O Fracasso da Cúpula Mundial sobre Refugiados

Compromissos com reassentamento de mais refugiados ainda são necessários

As reuniões na ONU no início desta semana sobre a crise global de refugiados não conseguiram superar o desafio deste crítico momento histórico. Muitos dos países que acolhem a grande maioria dos refugiados do mundo – como a Etiópia, o Irã, a Jordânia, o Quênia, o Líbano, o Paquistão, a Tailândia e a Turquia – deixaram claro que eles já atingiram o limite da sua capacidade. Alguns destes países que generosamente acolheram refugiados por anos – ou até décadas – estão agora forçando refugiados a se mudarem, fechando suas portas a novas chegadas, ou afirmando que o farão em breve.

Exposição de coletes salva-vidas usados por refugiados durante travessia da Turquia para a ilha grega de Chios no Parliament Square, no centro de Londres, Grã-Bretanha. 19 de setembro de 2016. © 2016 Reuters

O que precisávamos nesses dias era ouvir compromissos corajosos e generosos de líderes mundiais sobre como eles dariam apoio aos países onde vive a maioria dos refugiados. No entanto, em vez de dizerem como o intenso apoio aos países onde os refugiados chegam primeiramente ajudaria a combater as ameaças ao direito ao refúgio, os discursos na reunião de segunda-feira na ONU variaram de chavões insípidos e desconectados dos desafios do mundo real a pronunciamentos ríspidos sobre a segurança das fronteiras e o combate à migração irregular. Por exemplo, Donald Tusk, o presidente do Conselho Europeu, disse: "É preciso entender que hoje em dia a União Europeia tem um objetivo claro de restaurar a ordem em suas fronteiras externas. Como resultado, isso trará uma maior redução dos fluxos irregulares à UE. Não repetiremos o ano de 2015, quando chegamos a mais de 1 milhão e meio de imigrantes em situação irregular".

Mas eram esses "migrantes irregulares" realmente refugiados?

Lembremos que 83% das chegadas em 2015 eram provenientes de cinco dos principais países geradores de refugiados: Síria, Afeganistão, Somália, Iraque e Eritreia.

Tusk também não assumiu qualquer compromisso adicional quanto ao reassentamento de refugiados na UE. A região tem tido desempenho notavelmente baixo nessa área-chave de solidariedade internacional.

Apesar dos discursos nada animadores por parte de muitos líderes mundiais durante a reunião de segunda-feira, espera-se que ao menos alguns dos objetivos mais concretos da Reunião de Líderes na terça-feira cheguem mais perto de serem cumpridos: garantindo que 1 milhão de crianças refugiadas estejam na escola, que 1 milhão de seus pais tenham autorização para trabalhar, que um número significativamente maior de refugiados sejam reassentados, e que mais fundos sejam disponibilizados.

Por mais louváveis que sejam, esses objetivos não são um fim em si mesmos. Melhorar a qualidade do refúgio e tornar soluções duradouras como o reassentamento uma opção real para mais refugiados irá ajudar os países que são porta de entrada a não se desestabilizarem. Essa é a melhor estratégia para garantir que suas portas possam permanecer abertas para que pessoas que procuram se proteger de ameaças às suas vidas nos meses e anos à frente ainda encontrem um lugar onde possam se refugiar.

GIVING TUESDAY MATCH EXTENDED:

Did you miss Giving Tuesday? Our special 3X match has been EXTENDED through Friday at midnight. Your gift will now go three times further to help HRW investigate violations, expose what's happening on the ground and push for change.

Mais vistos