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Covid-19 chega a Bolsonaro

O presidente desconsidera as recomendações da OMS mesmo após teste positivo

Presidente e ministros posam para foto junto com o embaixados dos Estados Unidos, na residência do embaixador, durante almoço de comemoração da Independenciados dos Estados Unidos, 4 de julho de 2020. © 2020 Isac Nóbrega/PR

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, passou meses minimizando a Covid-19 e se recusando a tomar medidas para proteger a si mesmo e às pessoas ao seu redor. Ele visitou lojas, congregou apoiadores ao seu redor e apertou suas mãos. Tudo sem usar máscara. No dia 4 de julho, ele e seus ministros postaram fotos de um almoço na residência do embaixador dos EUA. Mais uma vez ninguém usava máscara.

Em 7 de julho, ele informou repórteres que havia testado positivo para o coronavírus. Ele não pareceu surpreso. Ele disse que já havia pensado que poderia ter contraído o coronavírus no início do ano por causa de seu contato com pessoas, sem perceber. Isso torna seu desrespeito às recomendações de distanciamento social da Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda mais perturbador.

Desta vez, ele estava usando máscara, mas falou a menos de um metro de alguns repórteres. Então, deu alguns passos para trás, tirou a máscara e continuou conversando.

As pessoas podem espalhar o vírus através de gotículas expelidas enquanto tossem ou conversam. A OMS recomenda que qualquer pessoa que seja diagnosticada com COVID-19 ou tenha sintomas use máscara médica e se auto-isole.

Bolsonaro não apenas colocou as pessoas próximas a ele em risco; suas políticas colocam em perigo todos os brasileiros.

O Brasil tem 1,6 milhão de casos confirmados de Covid-19 e mais de 65.000 mortes, o segundo maior depois dos Estados Unidos.

Aos repórteres, Bolsonaro repetiu seu mantra, de que as pessoas deveriam voltar ao trabalho e disse que "esse vírus é como uma chuva, vai atingir você".

Bolsonaro tem usado informações enganosas e sabotado esforços no combate à Covid -19. Seu governo tentou impedir os estados de imporem regras de distanciamento social e reteve dados relacionados à Covid-19 do público.

Bolsonaro demitiu seu ministro da Saúde por defender as recomendações da OMS. O substituto pedir demissão antes de completar um mês no cargo, sendo um dos principais motivos o fato do presidente desconsiderar as evidências dos especialistas em saúde. Um general da ativa, sem experiência em saúde pública, é atualmente o ministro interino da Saúde.

Ainda nesta semana, Bolsonaro vetou parte da Lei que determinava o uso obrigatório de máscaras nas prisões e nas unidades socioeducativas insalubres e superlotadas do Brasil. A Covid-19 infectou mais de 11.000 pessoas nessas instalações e matou 127, a maioria delas funcionários, de acordo com os dados mais recentes do Conselho Nacional de Justiça.

Questionado em abril sobre o crescente número de mortos pela Covid-19, Bolsonaro respondeu: “E daí? Sinto muito. O que você quer que eu faça?"

Tomar medidas para proteger brasileiras e brasileiros, incluindo os que estão ao seu redor, seria um bom começo.

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