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Centenas de pessoas estão desaparecidas após ataque em Moçambique

O governo deve fornecer mais informações sobre a situação em Palma

Centenas de pessoas continuam desaparecidas cinco dias após um grupo armado – ligado ao Estado Islâmico (ISIS) – conhecido como Al-Shabab invadir a cidade de Palma, na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, matando e ferindo um número desconhecido de civis e causando a fuga de milhares. 

Apenas na noite de domingo, 28 de março, o governo fez uma segunda atualização sobre a situação após os ataques de 24 de março, mas acrescentou poucos detalhes. O porta-voz do Ministério da Defesa, que não respondeu a perguntas dos jornalistas, disse que as forças de segurança se comprometeram a retomar as áreas ao redor de Palma para garantir o retorno seguro da população local. Mas poucas informações foram fornecidas sobre o paradeiro dos residentes da cidade, rica em gás natural, muitos dos quais fugiram de barco pelo porto da cidade. 

Dezenas de civis foram mortos quando o grupo islâmico armado invadiu a cidade e disparou contra pessoas e edifícios. Sete pessoas morreram em uma emboscada a um comboio de veículos que tentava deixar a cidade, informou o governo. 

Relatos da mídia e de testemunhas afirmam que corpos, alguns deles decapitados, estavam espalhados pelas ruas e praias de Palma. As linhas telefônicas de Palma estão desligadas, dificultando o acesso à informações. 

Autoridades locais e empresas petrolíferas privadas, como a multinacional francesa Total, resgataram mais de 1.300 pessoas que chegaram de barco ao porto de Pemba, à 400km ao sul de Palma, na manhã de domingo. As autoridades não permitiram que jornalistas falassem com os evacuados, a maioria deles trabalhadores de empresas petrolíferas que operam em Palma. 

Do lado de fora do porto de Pemba, dezenas de pessoas esperavam desesperadamente para ver se amigos e familiares haviam conseguido embarcar em barcos de resgate vindos de Palma. Uma mulher disse ao noticiário local da STV que a maioria dos membros de sua família morava em Palma e ela não tinha notícias deles desde quarta-feira. “Não estou à espera de uma ou duas pessoas. (…) Estou esperando por muitas, muitas pessoas, minha família inteira”, disse ela antes de acusar o governo de não fornecer informações claras sobre os acontecimentos em Palma. 

As autoridades moçambicanas precisam ser mais claras sobre a dimensão da violência em Palma e na província de Cabo Delgado em geral, e sobre as medidas que estão sendo tomadas para garantir a segurança de civis e proteção de seus direitos humanos. É necessária transparência para prevenir que mais civis corram riscos desnecessários e ajudar as famílias das vítimas deste ataque hediondo. 

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