Declaração da Human Rights Watch sobre a morte de dois Indígenas Guajajara

Na madrugada de 3 de setembro, Janildo Oliveira Guajajara foi morto a tiros em Amarante do Maranhão, perto da Terra Indígena Araribóia. Ele integrava o grupo de guardiões da floresta que patrulha o território para conter a extração ilegal de madeira, segundo uma nota dos guardiões de Araribóia. Seu sobrinho adolescente foi atingido, mas sobreviveu. Outro indígena, Jael Carlos Miranda, morreu após ser atropelado na cidade de Arame, também perto de Araribóia, no mesmo dia. De acordo com a imprensa, a polícia civil está investigando se as mortes estão relacionadas a conflitos com madeireiros que atuam ilegalmente em Araribóia.

Maria Laura Canineu, diretora do escritório da Human Rights Watch no Brasil, disse o seguinte:

“A Human Rights Watch está profundamente consternada com a morte de dois indígenas Guajajara, incluindo um guardião da floresta, nos arredores da Terra Indígena Araribóia, na região amazônica do estado do Maranhão. Instamos as autoridades brasileiras a conduzir uma investigação imediata e rigorosa sobre essas mortes. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deveriam participar da investigação para determinar se as mortes estão ligadas à invasão de madeireiros ilegais em território indígena. Os responsáveis ​​devem ser levados à justiça. A Human Rights Watch visitou Araribóia diversas vezes e documentou a invasão de madeireiros, ameaças e ataques contra indígenas durante anos. O enfraquecimento da fiscalização ambiental e da proteção das terras indígenas em anos recentes deixaram povos indígenas ainda mais vulneráveis ​​a ataques de redes criminosas que impulsionam o desmatamento na Amazônia. Aqueles que defendem a floresta estão particularmente em risco. As autoridades brasileiras precisam acabar com a ilegalidade na região.”

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