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Conclusão

Este é um período de muita esperança em Angola. Ao cruzarem as fronteiras de volta à Angola, sacudidos pelas estradas destruídas em caminhões lotados, os refugiados frequentemente cantam canções celebrando alegres estarem finalmente retornando à casa.  Homens que desconhecem outra coisa a não ser anos—mesmo décadas—de combate estão contentes de cultivar a terra e aprender novas formas de comércio. Famílias acostumadas à fugir da violência e privações estão ansiosas por estabelecer raízes e esperam enviar suas crianças à escola e não à guerra. 

O governo de Angola e a comunidade internacional não deveriam deixar esse momento passar em vão. Ao cumprir com suas obrigações de assistir e proteger os retornados, o governo dará a um grande segmento da população a oportunidade de  reconstruir suas vidas e estabelecer as fundações para uma Angola pacífica e estável.  A comunidade internacional deve continuar a pressionar o governo a aplicar suas receitas para o benefício de seus cidadãos e manter uma presença adequada em Angola para garantir que os direitos humanos dos retornados sejam plenamente respeitados. Deve ainda prevenir que Angola padeça em um “abismo” entre a ajuda emergencial e a ajuda desenvolvimentista.

Uma vez que as eleições previstas para 2006 se aproximam, Angola não pode permitir que cerca de quatro milhões de retornados se afogarem em suas esperanças e desespero. Um fracasso na reintegração dos ex-IDPs, refugiados retornados e ex-combatentes criará um ressentimento e desgosto que pode ascender o crime e o conflito entre as comunidades. O governo reconheceu suas responsabilidades para com os retornados ao aprovar  normas para o reassentamento antes mesmo do fim da Guerra. Agora é hora de cumprir com suas responsabilidades.  


<<precedente  |  índice  |  seguinte>>março de 2005