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Mais de 70 países se comprometem a fortalecer o direito à educação gratuita

Declaração na ONU apoia a educação gratuita desde a educação infantil até o ensino médio

Estudantes assistem a aula em Freetown, Serra Leoa, em 17 de setembro de 2018. © 2018 Saidu Bah/AFP via Getty Images

Mais de 70 países de todas as regiões do mundo, reunidos no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra nesta semana, expressaram apoio aos “esforços para fortalecer o direito à educação, incluindo o direito explícito ao ensino médio gratuito e a pelo menos um ano de educação infantil gratuita”.

Luxemburgo e a República Dominicana lideraram a declaração.

O Brasil foi ainda mais longe, convidando “todos os Estados a considerarem um novo instrumento jurídico internacional para reconhecer formalmente o direito de toda criança a pelo menos um ano de educação infantil e ao ensino médio, público, gratuito, inclusivo e de qualidade”.

Por que essa declaração era necessária? Para começar, a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança - tratado internacional de direitos humanos mais amplamente ratificado no mundo- não faz referência explícita à educação infantil e, embora exija que a ensino fundamental seja gratuita e obrigatória, não obriga explicitamente os governos a oferecerem educação infantil ou secundária gratuita a todas as crianças e adolescentes. Mas, para que crianças e adolescentes atinjam todo o seu potencial e prosperem no mundo de hoje, apenas a educação fundamental gratuita não é suficiente.

Em um evento no dia anterior à apresentação da declaração na ONU, o ministro da educação de Serra Leoa, David Moinina Sengeh, explicou em um discurso em vídeo que uma iniciativa lançada em Serra Leoa em 2018, que eliminou as taxas de matrícula e de exames, aumentou as matrículas escolares em mais de um milhão de crianças. Este ano, Serra Leoa transformou essas mudanças em lei, garantindo 13 anos de educação gratuita, desde a educação infantil até o ensino médio.

Não são apenas os governos que pedem o fortalecimento da legislação internacional sobre educação gratuita: ativistas e especialistas em direitos humanos, ganhadores do Prêmio Nobel e, em uma carta aberta do movimento cívico global Avaaz, mais de meio milhão de pessoas em todo o mundo fazem um apelo semelhante.

A análise da Human Rights Watch sugere que a maneira mais eficaz de fortalecer a legislação internacional sobre o direito à educação seria por meio de um quarto protocolo facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança.

Lucia Fry, diretora de pesquisa e política do Fundo Malala, perguntou de forma retórica se a ampliação da normativa jurídica internacional resolveria tudo.

“Não”, respondeu ela, mas listou três impactos:

Será mais um pilar que sustenta a norma global de que todas as crianças devem ter acesso à educação. Será um “incentivo” para as meninas que “lutam para abrir as portas do aprendizado para todos”. E será uma ferramenta inestimável para que crianças, adolescentes, mães, pais, ativistas e formuladores de políticas, lutem pelo direito à educação gratuita para todos.

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